26 junho, 2008

A Desprodutividade

O que é que eu posso fazer, quando não tem nada para fazer?
O curso de alemão acabou, isso significa: seis horas livres a mais por dia, sem contar as horas das "lições de casa".
E, agora, estou assim... Dorminhoca... Surfista de Internet... Jogadora de Video Game...
Na verdade tenho muitos planos, tenho muitos emails para escrever e colocar a correspondência em dia; tenho inúmeras lições de latim atrasadas; muitos preposiçõe e artigos do alemão para estudar... Poderia também criar vergonha na cara e acentuar as outras mensagens do meu blog.
Mas eu só tenho vontade de fazer tudo aquilo que não somente não produz nada, mas como também ajuda a desproduzir o que eu vinha fazendo.
No momento a desprodutividade impera!

23 junho, 2008

Sobre morangos ao meio dia

Desde o ano passado que ouvi falar dessas plantacoes de morango, onde as pessoas vao e colhem os proprios morangos, depois pesam em uma balancinha e pagam por quilo.

Antes de tudo, sempre comi morangos, mas nunca achei a fruta uma coisa de outro mundo.

Depois, sou herdeira confessa da santa ignorancia cosmopolita! Me fale de cinema ao ar livre, apresentacoes culturais euforicas e vou correndo. Me fale de colher morangos, interessante, quem sabe um dia... ... ... com muitas reticencias!

E esse dia chegou. Pegamos a cestinha de colher morango do meu sogro, colocamos na cestinha da minha bicicleta e, ao nao tao quente sol do meio dia da Alemanha, fomos colher morangos.

Em meio a folhas verdes escuras, a gente avista as frutas vermelhas e anda, com o coracao saltitando, na direcao delas. Algumas estao bem visiveis, mas ao mexer as folhas e olhar bem no meinho delas, a gente encontra mais e mais dessas frutinhas vermelhas. Muitas vezes e possivel encontrar algumas tao grandes, tao vermelhas e tao lindas, que da vontade de ficar admirando, olhando de "cabo a rabo".

Mas o mais gostoso dos morangos ao meio dia e que eles ficam quentinhos!

A receita e simples:

  • Va ate a plantacao de morango mais proxima ao meio dia;
  • Aviste um morango muito vermelho exposto ao sol,
  • Quebre o cabinho delicadamente,
  • Limpe o bem, as vezes, basta apenas assopra-lo,
  • Por fim, coma o morango quentinho.

Nesse dia eu comi os morangos mais deliciosos da minha vida.

20 junho, 2008

"No Flag = One People, One Fight"

Roberta diz: "De um lado é até bonito, mas acho ainda mais bonita a diferença de cada povo, e isso é que deve ser respeitado. Cada cultura é valiosa e deve ser conservada, não acha? "

Sim, esse e o sonho, justamente o respeito a diversidade, mas com um passo a frente... Nao basta dizer que a cultura, os costumes e as individualidades do proximo sao interessantes; mas no fundo colocar a propria cultura acima de qualquer outra.

O que me doi e justamente o discurso vazio da diversidade, mas a impossibilidade de enxergar o outro, o diferente como igual.

O que me revolta e a necessidade dos parametros, do julgamento. E, na maioria das vezes, a rejeicao do "diferente".

Essa e a unica bandeira que eu gostaria de representar. A capacidade de condeder ao "outro", ao "novo", ao "diferente" o direito a dignidade, o direito a sua cultura, ao seu culto, a sua individualidade; onde quer que esse "estranho" esteja.

18 junho, 2008

"Sonhos"

No Bar que frequento encontro sempre jovens vestidos de preto. Como estrangeira em um pais com um forte movimento neo-nazista, tenho sempre medo deles... Quando eles sao mesmo quem eu penso que sao, nao falo perto deles para que nao escutem meu sotaque; felizmente nao sou "visualmente identicaficavel" como estrangeira - nao e horrivel isso?
Mas eles nem sempre sao aqueles. Outro dia encontrei outros! O mesmo perfil, roupas pretas, expressoes agressivas. Um deles, com curativo no rosto e nariz quebrado, estava vestindo uma jaqueta estampada e me esforcei para ler a propaganda; me retorci discretamente para saber se se tratava de mais uma mensagem nazista subentendida. Com odio e com medo.
Apesar de achar horrivel a "demarcacao" de grupos alvos pela "cara", assim como os neo-nazistas fazem, essa e uma atitude cotidiana, para o bem ou para o mal. A "cara de brasileiro" me chama mais atencao do que nunca, agora que moro em um pais estrangeiro. A "cara de neo-nazistas" tambem. Ainda que muitas vezes seja um engano, como foi.
Quando, finalmente, o garoto levantou, pude ler o mote de um outro "grupo", nao menos violento que os neo-nazistas, mas, que em seu extremismo, representa muitas das minhas mais sinceras ideologias. Abaixo do desenho de todos os paises do mundo, pintados com a mesma cor, estava escrito:

" No Flag = One People, One Fight. "

16 junho, 2008

"Lugar Comum"

Detesto escrever.
Detesto tudo o que escrevo.
A dificuldade é enorme, porque acho que tudo o que escrevo é muito "comum". Qualquer um, qualquer pessoa "comum" conseguiria se espressar melhor do que eu, ser menos "comum".
Mas andando pela vida fui descobrindo que muito do que é considerado "comum" e ignorado e escrachado poderia fazer uma imensa diferença no dia a dia das pessoas.
No fundo acredito que temos que prestar ainda mais atenção às coisas que consideramos "comuns", àquelas que já temos como resolvidas, estabelecidas... Percebi que é justamente aí que cometemos os maiores deslizes.
Por isso vou escrever meus pensamentos "comuns", com minha linguagem "comum" e feliz por ser uma pessoa "comum".